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24 maio, 2017 • 10:26

Há dois grandes equívocos (ou pré-conceitos) que norteiam o mundo corporativo. O primeiro é dizer que sua empresa não está preparada ainda para fazer uma pesquisa de clima ou de engajamento. Enfim, para ouvir seus funcionários. O segundo é acreditar que esse tipo de ferramenta — mais do que isso, de atitude — é coisa de companhia grande. Essas duas afirmativas estão mais do que ultrapassadas.

Primeiro porque ouvir o funcionário é premissa de qualquer organização — não importa se ela abriu suas portas agora e tem apenas cinco profissionais ou se está espalhada em 100 países. Afinal, são eles o pulso e o coração da empresa. E um coração triste ou um pulso fraco não têm vontade de fazer nada. Não produz, não gera, não traz retorno.

Nos 25 anos de atuação do GPTW no mundo, colhemos provas suficientes de que gente feliz traz resultado para o negócio. O mundo mudou, a velocidade das mudanças também. Hoje, temos quatro gerações trabalhando juntas, menos hierarquia, mais flexibilidade, menos formalidade, carreiras mais curtas, menos gente fazendo mais coisas. O que não mudou foi exatamente essa equação: ambientes de confiança geram pessoas mais engajadas e negócios mais lucrativos.

Para não citar a série histórica dos 25 anos, vou me ater apenas ao número do ano passado. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido das 150 Melhores Empresas para Trabalhar de 2016 foi de 9%, contra 3,9% das companhias listadas na Bovespa e ainda conta — 4,9% das 500 Melhores e Maiores Empresas publicadas na revista EXAME.

Ah, tá mais isso é coisa de gente grande. Errado! Ouvir seus funcionários é a base para construir os alicerces de uma boa e sustentável gestão de pessoas. E isso começa ainda na infância organizacional. Um dos maiores erros de negócio das pequenas empresas é deixar para cuidar de gente depois. Sim, primeiro vem a estratégia, depois a marca institucional, os clientes, o modelo de negócio. Depois, lá quando o barco começa a afundar é que vão lembrar que na frente de tudo isso tem um time. Quando as pessoas estão no centro e são de fato a prioridade, você atinge um alinhamento melhor e tem mais chances de alcançar o sucesso.

Lembro-me de uma empresa que visitei quando esta ainda era muito pequena. Era uma típica startup de tecnologia, sediada em Campinas, no tempo em que as startups não tinham o glamour de hoje. Ao conversar com os sócios, eles me disseram que apesar de não terem número suficiente de funcionários para participar do ranking nacional do Great Place To Work (na época tínhamos apenas um ranking no país), eles usavam o mesmo questionário de forma caseira para ouvir seus quinze ou vinte profissionais — e assim sentir o humor e tomar decisões mais acertadas. Hoje, essa empresa tem mais 1.700 colaboradores, escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Estados Unidos, Inglaterra, China e Japão — e continua ouvindo seu time.

Outro exemplo é o Laboratório Sabin, campeão por vários anos das listas que medem bons ambientes de trabalho no país. Janete Vaz e Sandra Costa, suas fundadoras, não esperaram a empresa tomar um tamanho ideal ou “estar preparada” para fazer o básico: ouvir o time e se certificar de que estavam no caminho certo. A primeira vez que o Sabin apareceu na lista das Melhores, ele era apenas um laboratório de Brasília com 100 e poucos funcionários e muita vontade de crescer. Hoje, a rede tem 200 unidades de atendimento espalhadas em dez estados brasileiros, onde trabalham cerca de 4.000 pessoas.

Por casos e histórias como essas, que o GPTW adotou o conceito mundial FOR ALL (para todos). Porque não importa o tamanho da sua empresa, a maturidade da sua gestão, ou o tempo de sua fundação. Nossa missão é transformar cada organização em um Great Place to Work. Pois esse é o caminho para construir uma sociedade melhor — e é de pequeno que a gente aprende.

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